06 setembro 2010

ainda há quem escreva cartas de amor

«quero-te dizer que agora estou com sono, não porque seja tarde, pelo contrário, já amanheceu e eu acordei depois de uma noite em que quase não dormi. reli uma vez mais as tuas cartas, e decidi responder primeiro à última. como ensina o Evangelho - «responderás primeiro à última carta, só depois responderás à primeira.» (Livro Vinte5, 34,9). Deus seja louvado por todo o cuidado que pôs em definir regras de civilidade para bem escrever, ámen. mas prometo-te que amanhã tentarei responder às duas primeiras, e todos os dias que vierem, e nos meses e nos anos ainda por vir, tentarei sempre estar à altura de responder a todas as tuas solicitações, seja na forma de uma carte, de um olhar, de um gesto ou pedido; em resumo, seja qual for a forma que a tua presença assuma, quero estar lá pata ti, para mim, para nós. não tens que ter medo de me perder, e isto porque, no momento exacto fizeste essa magia de seres tu, esse feitiço encantador que a beleza sempre é; já me ganhaste, tens ganho todos os dias o prémio grande ou pequeno, bom ou nem por isso, do meu ser que por completo a ti se entrega. a resposta à tua carta está sintetizada na mensagem telefónica que ontem enviei, na raiz de tudo está esta nudez limpa que nos une, esta arrumação das horas e do mundo que vamos fazendo à nossa volta em função deste nós...»


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